O Tarot de Marselha

O Tarot de Marselha é um dos baralhos mais conhecidos, e de onde se origina todos os outros.

O tarot de Marselha tem 78 cartas, divididas em arcanos maiores e arcanos menores que são utilizadas desde o século XV.

O baralho de tarot de Marselha possui o padrão a partir do qual muitos baralhos de tarô do século XIX e, os que vieram depois, são derivados.

Compreender a origem e a simbologia profunda das cartas do tarot de Marselha é imprescindível para toda oraculista de cartas. Afinal, o tarot de Marselha possui a simbologia do tarot intacta e, por isso, guarda os mais profundos conceitos e simbologias do inconsciente coletivo desde a época de sua criação.

Neste artigo você vai entender o que é o Tarot de Marselha, como ele surgiu e sua importância para os baralhos de tarot produzidos até o dia de hoje.

Nesse artigo você saberá:

Qual a Origem do Tarot de Marselha

O Tarot de Marselha é uma versão muito antiga das cartas de tarot e por isso possui a simbologia do tarot intacta.

O pesquisador Michael Dummett, concluiu que o baralho de Tarot foi provavelmente desenvolvido no norte da Itália, no século XV e introduzido no sul da França, após a conquista de Milão e Piemonte, em 1499, pelos franceses.

O baralho de Marselha declinou na Itália, mas sobreviveu na França e na Suíça.

O nome “Tarot de Marselha” foi utilizado pela primeira vez em 1859 por Roman Merlin, em sua obra Origem das cartas de jogar 1793 – 1876,  mas foi realmente popularizado a partir de 1930 pelo cartier e escritor francês Paul Marteau.

O uso desse nome refere-se a uma variedade de designs baseados nos designs produzidos na cidade de Marselha, que fica no sul da França, cidade centro de fabricação de cartas de jogar.

Quando conjunto de 78 cartas deste Tarot foi reintroduzido no norte da Itália, o padrão das cartas reconhecido como “de Marselha” foi introduzido na região.

No Brasil o primeiro Tarô de Marselha foi lançado pela Editora Três como brinde acompanhando o 1º volume da Biblioteca Planeta em 1974.

Em 1985 é lançado pela Editora Pensamento o clássico livro:

“O Tarô de Marselha”, acompanhado de 78 cartas.

O baralho que acompanha o livro é cópia do impresso pela Grimaud.

Os traços das gravuras foram refeitos, pelo artista gráfico Paulo Henrique Hiss. Já as cores reproduzem exatamente a versão da Grimaud, com todas as simplificações e defeitos que passaram a ocorrer no processo de impressão mecânica das cores no séc. XIX.

Quais São as Cartas do Tarot de Marselha

Os desenhos nas cartas do baralho de Marselha possuem o estilo medieval e podem ter recebido influência da arte de vitral gótico, em razão de suas linhas e de suas cores. Quando o jogo foi reintroduzido no norte da Itália, o padrão das cartas reconhecido como “de Marselha” foi o introduzido na região.

Com o estilo de arte que dominou a Europa nos séculos XVII e XVIII, o padrão da escola de Marselha é um dos mais vendidos e famosos até hoje.

O Tarot de Marselha segue o padrão milanês das cartas. Originado na corte de Visconti, em Milão. Jean-Claude Flornoy denomina essa categoria como a tradição milanesa, a tradição dos imagineiros medievais.

A ordem dos 22 arcanos maiores é numerada no alto e com seus nomes embaixo das cartas. A numeração das cartas segue os números romanos.

[Fonte da Imagem: https://www.pexels.com/pt-br/foto/superficie-de-madeira-cartas-de-taro-fechar-se-8219802/ acessado em 03/11/22]

Os Arcanos Menores

Os Quatro Naipes

Os arcanos menores, assim como em outros baralhos de tarot contêm 56 cartas divididas em quatro naipes. Esses naipes são identificados pelos nomes de:

  1. Bâtons (paus).
  2. Épées (espadas).
  3. Coupes (copas ou taças).
  4. Deniers (moedas ou ouros).

Cada um destes naipes contam de Ás (1) ao 10.

As Figuras da Corte

E para cada um, há quatro figuras da corte:

  1. Valet (Valete ou Pagem).
  2. Chevalier ou Cavalier (Cavalo – Cavaleiro).
  3. Reine (Rainha).
  4. Roi (Rei).

[Fonte da Imagem: https://www.pexels.com/pt-br/foto/maos-segurando-holding-misterio-7179806/ acessado em 03/11/22]

Os Naipes no Tarot

No Tarot de Marselha, respeitando o padrão dos jogos italianos, o Naipe de Espadas é desenhado como um símbolo abstrato em linhas curvas. Nas cartas pares, só há essas linhas curvas e alguns detalhes florais fora da estrutura. Nas ímpares, uma única espada totalmente entrecruzada pelas curvas das outras.

O Naipe de Paus é desenhado com objetos retos que se cruzam formando uma treliça cada vez maior; nas cartas ímpares uma única varinha vertical passa pelo meio da rede.

Os espaços das imagens das cartas que não tem desenhos, são preenchidos por decorações florais. No Naipe de Copas,  o II, geralmente, traz um caduceu floral terminando em duas heráldicas, brasões estilo cabeças de golfinhos.

Em Ouros ou Moedas o II normalmente traz uma união, através de uma fita, entre as duas moedas.

O Tarot pode revelar o que está oculto de nossa percepção porque ele pode dar acesso às informações da nossa mente inconsciente.

Como Ler o Tarot de Marselha

Eduardo Rivoiro Alpes, estudioso do tarot de Marselha, designa através de seus estudos uma característica singular para cada carta.

Aprender a perceber essas características, esses símbolos é uma chave para compreender a dinâmica da personalidade de cada pessoa e assim possibilita alcançar uma maior assertividade para que o tarólogo possa contribuir com seu cliente.

Os Arcanos Maiores

A sequência das 22 cartas dos arcanos maiores do tarot é o espelho da jornada de ampliação da consciência que o ser humano deve percorrer.

Assim, a carta O Louco se classifica como energia dinâmica, desapego e busca pelo novo.

A carta O Mago, uma totalidade em potência, os quatro elementos em harmonia, prontos para a manifestação.

A Papisa, uma preparação para uma futura ação que será realizada pela carta A Imperatriz.

O Imperador tem as características de estabilidade e de poder, enquanto O Papa é o guia, o mediador.

O arcano Os Enamorados, representa uma escolha a ser feita para encontrar harmonia.

O Carro, revela uma conquista ou triunfo.

A carta A Justiça demonstra a severidade das leis, a organização e o equilíbrio.

O Ermitão (o eremita), a sabedoria para ir além e buscar respostas dentro do próprio ser.

A Roda da Fortuna finaliza e traz alterações nos planos.

O arcano A Força, representa o domínio do ego.

O Enforcado, pode representar uma estagnação, ou a necessidade de ver as coisas por um outro ângulo.

A carta Treze, sem nome no tarot de Marselha, mas que traz a Morte na imagem simbólica, é a renovação necessária.

O arcano A Temperança, representa o nosso anjo protetor, e também a ponderação e a paciência.

O Diabo, a tentação dos vícios, das ilusões e da dependência.

A Torre ou A Casa de Deus, é a abertura, a liberdade das amarras da vida, enquanto A Estrela, representa o entusiasmo da esperança no que virá.

A carta A Lua, representa as emoções profundas e inconscientes, além do enfrentamento dos medos e traumas do passado.

O Sol, representa o novo amanhecer e o sucesso.

O Julgamento é a renovação e o ajuste do que ficou pendente ao longo da jornada.

E por fim, O Mundo, a totalidade realizada e o portal para um novo começo.

Os 52 arcanos menores, divididos em 4 naipes (espadas, copas, paus e ouros) expressam situações do cotidiano.

Quando analisamos as imagens das cartas do Tarot de Marselha, percebemos que a origem da consciência coletiva dos seres humanos foi exposta e traduzida por um ordenamento intencional dos símbolos nas cartas, baseadas no conhecimento que vigorava na época em que as cartas foram cunhadas.

O símbolo constitui, para Carl Jung, referência mundial no estudo de arquétipos, um padrão que atua na psique, e transforma os valores psicológicos. Jung e o tarot têm uma relação bastante estreita, uma vez que esse último é embasado pelo conceito de arquétipos.

Ao se ater às imagens, ou símbolos do tarot, direcionam nossa atenção para uma introspecção, e, isso dá à imagem uma conotação simbólica.

Com isso amplificamos o processo consciente, iluminando o entendimento de outras possibilidades para as fases ou transições que a vida nos impõe.

Conclusão

O tarot de Marselha é uma ferramenta acessível a todos que desejam ter acesso ao inconsciente humano, contribuindo assim com sua própria evolução e também a de outras pessoas.

É possível adquirir o Tarot de Marselha em livrarias online, de forma segura e simplificada.

Também é possível iniciar o estudo do tarot sozinha, sem a necessidade de nenhuma habilidade especial. Basta apenas a disciplina e disposição para estudar o significado de cada símbolo nas cartas.

Contudo, receber a condução de um mentor te possibilita ter acesso a um ambiente adequado e propício para o desenvolvimento mais acelerado do seu conhecimento do tarot, além de ainda poder tirar dúvidas com alguém que tem um conhecimento mais aprofundado nesta área.

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About the Author: Lino Bertrand